A frigidez do e-mail na fase do pré-contrato.

Cabe aos profissionais do mercado imobilíario levantar questões importantes, relativas e intimamente ligadas à nossa profissão.
Uma reflexão a introdução do e-mail nos negócios imobiliários, neste momento parece bastante pertinente.
Antes da internet os fechamentos de contrato de compra e vendas eram tratados e resolvidos dentro da imobiliária, as partes se sentavam à mesa e após dirimir todas suas duvidas e expressar seus anseios, e caso houvesse a concordância de todos invariavelmente restava escrito no contrato.
Eram momentos tensos,  mas  na maioria das vezes após o contrato fechado trazia tranqüilidade e segurança as partes , não era raro compradores e vendedores saírem dali como amigos.
Uma época que sentar à mesa apertar as mãos e olhar nos olhos uns dos  outros  tinha tanto valor quanto as certidões pessoais e do imóvel.
É obvio que não podemos de forma alguma substituir certidões por apertos de mão, mas naquela época muitas vezes era isto o que ocorria.
Nos dias de hoje as tratativas são bem diferentes principalmente para "marinheiros de primeira viagem”.

A odisséia começa quando a imobiliária remete  o e- mail a pedido das partes para análise dos mesmos, ai começa uma dança desconexa de clausulas, parágrafos,certidões que sequer existem ou até mesmo existiram.
Compradores querem impor seus pontos de vista e forçar suas convicções e os vendedores por sua vez, também.
Vai email pra lá volta pra cá,  uma, duas, 127  vezes ,semanas se passam e o impasse continua todos querendo mais e mais se resguardar e garantir a maior segurança possível  e imaginável.
Enquanto isso: a imobiliária tenta  fazer sua parte que é intermediar o negócio de forma segura para todos, mas que as vezes diante de  tantos óbices e intransigências  acaba por não conseguir, concluir a compra e venda.
Muito  esforço, estresse,perda de tempo ,discussões que acabam em nada; só frustração e cansaço.
Diante desta realidade só nos resta fazer uma pergunta.
Não seria melhor que compradores e vendedores  fossem  á  imobiliária acompanhados de seus advogados se houver necessidade (  toda imobiliária que se preze deve ter um departamento jurídico  ) sentar todos à mesa discutir suas objeções e anseios expressar suas exigências em contrato e finalmente assinar ?

Enfim  compradores e vendedores se cumprimentam, olham-se nos olhos e descobrem que acima de tudo, ali estavam pessoas, umas de frente para  as outras e não maquinas a tomar nossos tempos,  ludibriar e inutilizar  nossos sentidos.


È sempre bom considerar que negócios bons, firmes e valiosos devem sempre ser regidos pelos princípios da probidade e boa fé.

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